sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Reflexão Final


O caminho faz-se caminhando.
A frequência desta unidade curricular constituiu um verdadeiro desafio para mim, tanto ao nível das aprendizagens como do processo.
Começo pelo processo. Como imigrante digital assumida (mas não resignada), o trabalho colaborativo através da plataforma pareceu-me inicialmente de difícil concretização. Esta ideia justifica a não utilização da plataforma no primeiro trabalho em que participei. Contudo, e apesar da total inexperiência, esta metodologia foi-se revelando bastante gratificante e o esforço que exigiu foi altamente recompensado. A oportunidade de juntar o meu empenho ao de outras pessoas (que não conheço) para alcançar um objectivo comum foi, em termos pessoais, muito enriquecedor. Esta experiência, completamente nova para mim, foi em si mesmo uma aprendizagem muito interessante.
Relativamente às aprendizagens, posso dizer que esta unidade curricular deu-me a oportunidade de reflectir e de entender melhor os jovens, abrindo caminhos de aproximação. Tenho hoje uma opinião mais informada e a consciência do percurso que falta trilhar para me integrar plenamente no mundo das tecnologias e ser capaz de as colocar ao serviço das minhas práticas diárias como educadora.
Esta disciplina não é um ponto de chegada mas antes um ponto de partida.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Análise de Sites Sociais


Nesta última tarefa foi-nos proposto que, em grupo, construíssemos uma grelha que permitisse avaliar páginas pessoais num dos sites sociais e, tendo por base esses parâmetros pré-estabelecidos, analisássemos algumas páginas pessoais de jovens.
A primeira etapa do trabalho centrou-se na selecção do site social. A escolha do grupo recaiu sobre o Hi5, dado ser o site social mais utilizado pelos jovens portugueses. Iniciei então a observação de diversas páginas pessoais, de forma a estabelecer os critérios de avaliação e a escolher a página sobre a qual iria trabalhar. Esta etapa configurou-se bastante difícil, em primeiro lugar porque o meu conhecimento factual sobre o Hi5 era absolutamente nulo e em segundo lugar porque parte dos jovens, sobretudo os mais novos, vedam o acesso ao seu perfil a visitantes.
Embora a grelha tivesse sido elaborada com base na observação de páginas pessoais, nem todos os seus parâmetros foram de fácil aplicação na página que seleccionei para avaliar.
Como tive oportunidade de referir no fórum, parece-me ponto assente que a Web aumentou as nossas redes de relações e deu-nos oportunidade de deixarmos de ser apenas consumidores de informação para passarmos também a ser criadores de conteúdos, dando, simultaneamente, a possibilidade de sairmos do anonimato. Contudo, pela análise das diversas páginas pessoais e dos trabalhos dos outros grupos, parece-me que a maior parte das vezes o objectivo dos jovens (sobretudo dos mais novos) não é tanto o de intencionalmente sairem do anonimato ou até mesmo o de iniciarem novas amizades, embora este objectivo seja referido por quase todos, mas antes afirmarem-se juntos dos seus pares, obterem o reconhecimento das pessoas que já conhecem e sentirem que pertencem ao grupo. Outra conclusão que pude retirar das várias análises foi a de que a maioria das páginas se baseia fundamentamente na imagem e que é ela e não o texto que mais informações fornecem sobre a personalidade e as vivências do autor. Em geral, os autores das páginas e as pessoas que as comentam são pouco reflexivos.
Um aspecto bastante focado no fórum foi o da segurança dos jovens nos SNS e na internet em geral. De facto, parece que muitos não têm a plena consciência dos riscos que correm quando se expõem ao mundo. Verifica-se que mesmo os pais e professores não têm essa percepção. Os adultos imigrantes digitais são muitas vezes mais cautelosos do que os jovens nativos não tanto por conhecerem o perigo real mas por mero receio do desconhecido. A este propósito, quero salientar a inetervenção do colega José Moreno que partilhou alguns dados muito interessantes do relatório Social Networking. A quantitative and qualitative research report into attitudes, behaviours and use (2008), do Ofcom - Office of Comunications, do Reino Unido. A informação veículada por este relatório justifica as preocupações demonstradas por todos nós e poderá ser o ponto de partida para um estudo que seria desejável efectuar nas nossas escolas. Outras contribuições que considero de grande interesse foram as da Isabel e da Cecília que partilharam experiências sobre o modo de promover a utilização da internet de uma forma segura, deixando ideias e links que poderão ajudar-nos no nosso trabalho diário na escola. Penso, aliás, que a escola tem, a este nível, um papel importantíssimo. É necessário que tenhamos consciência do problema e nos preocupemos em ensinar estratégias de protecção.

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O trabalho do grupo pode ser consultado em: http://www.scribd.com/doc/11524036/Construcao-e-Aplicacao-de-Grelha-de-Analise-de-Sites-Sociais-de-Jovens
Sites

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Media digitais e construção da identidade social


Os diferentes textos fornecidos diziam respeito ao desenvolvimento da identidade nos jovens e o papel que as novas tecnologias têm neste processo. A escolha do grupo recaiu sobre o texto que abordava a relação das comunicações móveis e dos telemóveis com a socialização e a construção da identidade dos mais novos.
Este tema é bastante actual. Em Portugal, como no restante mundo ocidental, tem-se verificado uma significativa alteração no modo como as pessoas comunicam. Assiste-se ao abandono do método tradicional de comunicação (envio de correspondência) e, paralelamente, a uma crescente utilização de novos métodos, como por exemplo, as mensagens curtas de texto, enviadas através de telemóveis. Entre 2002 e 2006 o envio deste tipo de mensagens cresceu mais de 500% e nos últimos anos (entre 2005 e 2006) o crescimento foi na ordem dos 100%.
Os estudos mostram que, em Portugal, o número de adolescentes e de pré-adolescentes que possuem telemóvel aproxima-se dos 100%.
Neste contexto, percebe-se a importância das comunicações móveis e dos telemóveis para a vida dos jovens e antevê-se a sua intervenção na socialização e na construção de identidade destes, o que justificou a selecção do texto que abordava o tema.
Considerando que a proposta de trabalho era a de elaborar uma síntese do texto, o grupo adoptou a metodologia de cada elemento fazer uma leitura geral do documento, para que pudesse ter uma ideia global do mesmo, ficando cada um responsável por resumir uma parte do texto. Foi decidido que a síntese final seria apresentada à turma sob a forma de powerpoint. Verificou-se que o nosso grupo foi o único a tomar esta decisão, as restantes equipas optaram por apresentar o trabalho em documento de texto.
Os trabalhos dos outros dois grupos sobre a utilização dos telemóveis (grupo 1) e a criação de páginas pessoais online (grupo 3) vieram ao encontro das nossas conclusões. Como pude referir no fórum, os estudos mostram o que constatamos diariamente nas escolas. Parte da percepção que os jovens têm uns dos outros é dada pelas tecnologias que utilizam. O modelo de telemóvel, o tipo de toque que têm, as fotos que guardam e todas as utilizações que fazem da tecnologia caracteriza-os perante os seus pares. É também interessante perceber que os jovens criam, por imposição dos educadores ou não, códigos de conduta relativamente à utilização do telemóvel que muitas vezes nos passam despercebidos e que esses códigos funcionam como uma espécie de regras de pertença a um determinado grupo. Relativamente à criação online de páginas pessoais e de blogs, percebe-se que estes têm dois papéis fundamentais:
1) Constituem uma forma dos jovens reflectirem e se exprimirem sobre assuntos que não têm eco entre os seus pares ou sobre os quais não conseguem falar cara-a-cara. É característico do período da adolescência a sensação de não se ser ouvido por ninguém e, nesta perspectiva, a produção online é encarada como uma oportunidade de se ser ouvido por muita gente.
2) Dão a sensação de pertença ao grupo, sendo um veículo de comunicação entre pares e possibilitando a recepção de feedback e de reconhecimento.
Como disse no fórum, o meu único receio da produção online , para além das questões relacionadas com a segurança, prende-se com a possibilidade dos jovens se refugiarem totalmente no mundo virtual deixando de comunicar directamente com quem lhes está próximo, ou seja, haver um desfasamento entre o seu mundo virtual e o seu mundo real. Esta visão mais pessimista foi partilhada no fórum por alguns dos colegas, mas contestada por outros. A Maritza, por exemplo, expressou opinião contrária, afirmando que “os jovens continuam a manter relações presenciais e físicas, a possuir um grupo de amigos com quem convivem em situações reais”. Esta colega acredita que as situações virtuais são apenas mais uma possibilidade que os jovens têm de continuarem a interagir com os amigos e de fazerem novos conhecimentos, aumentando assim o número de interacções e o tempo em que ocorrem. Ainda em relação a este tema, houve outro comentário interessante, foi o da Eduarda que apontou causas para a solidão “partilhada”. Esta colega referiu a desestruturação familiar, a falta de valores, a desresponsabilização dos pais e a falta de diálogo com os jovens como as razões principais para os jovens se "fecharem" no mundo das tecnologias. Não poderia estar mais de acordo. De facto, quando existem problemas de socialização, as tecnologias não são normalmente a razão desse problema mas antes a tentativa de resolução do problema. É necessário que a família (e a escola) não se demita do seu papel de educar, de formar, de estruturar, enfim, de ajudar a crescer.
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O trabalho do grupo pode ser consultado em:

Construção de glossário


A segunda tarefa proposta foi a de construção de um glossário da cultura digital. Esta actividade constituiu um verdadeiro desafio. Em primeiro lugar, um desafio de organização, uma vez que a elaboração do glossário deveria ser feita pelo conjunto da turma, sendo necessário distribuir, o mais equitativamente possível, os diferentes termos a definir e uniformizar critérios. Em segundo lugar, um desafio pessoal, porque sendo a quase totalidade dos termos completamente estranhos para mim, tive receio de não ser capaz de cumprir plenamente a tarefa, pondo em causa o trabalho de todos.
Após a selecção dos termos a definir, procurei à minha volta quem me pudesse ajudar. Comecei pelos meus alunos: são jovens (17-18 anos) e lidam bem com as novas tecnologias. Estranhamente para mim, não conheciam os termos. Dirigi-me, então, aos meus colegas de informática: não obtive ajuda. Procurei outros jovens entendidos em informática, mas também estes não me conseguiram ajudar. Consultei um dicionário de termos informáticos da BE da minha escola, mas nenhum dos termos estava aí definido. Restava-me a Internet como recurso!
Depois de muitas pesquisas e de inferências, uma vez que, muitas vezes, foi necessário descodificar a própria definição, consegui finalmente concluir o trabalho a que me tinha proposto.
Considero que esta actividade, cujo resultado poderá constituir um recurso bastante útil para o futuro, mostrou o quanto esta realidade está próxima ou distante de cada um de nós e permitiu-me o primeiro contacto com variadíssimos termos relacionados com as novas tecnologias, para além de me ter dado a oportunidade de consultar sites muito diversificados.
Quero salientar a vertente colaborativa desta actividade. Estou certa de que tão importante como o produto, foi o processo que levou a ele. As dificuldades em trabalhar em equipa de forma assíncrona, que julgava inultrapassáveis, foram afinal ultrapassadas com a colaboração e o empenho de todos. Criou-se uma dinâmica de grupo interessante.
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- Glossary Digital Natives: http://www.digitalnative.org/wiki/Glossary

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O perfil do estudante digital



Como primeiro trabalho foi-nos solicitado que elaborássemos, em grupo, um powerpoint onde apresentássemos o perfil do estudante digital. Devo confessar que, apesar de conhecer genericamente os conceitos, não conhecia as denominações de "nativo digital" e de "imigrante digital".
A leitura do documento fornecido constituiu um ponto de partida para outras pesquisas sobre a temática. Estas leituras permitiram perceber que o termo "nativos digitais" se aplica aos jovens que nasceram com a tecnologia e são fluentes na linguagem digital (dos computadores, dos jogos e da Internet), enquanto o de "imigrantes digitais" diz respeito às pessoas que falam a linguagem digital com “sotaque” e que revelam, por isso, dificuldades em compreender e em expressar-se digitalmente. Os imigrantes digitais tentam adaptar-se ao ambiente digital, conservando, contudo, um “pé” no passado. Mesmo quando utilizam os mesmos recursos tecnológicos, os nativos e os imigrantes digitais fazem-no de maneira diferenciada.
O trabalho começou por centrar-se nas diferenças entre os nativos e os imigrantes digitais, mas ao longo da sua elaboração e da intensa troca de ideias entre os membros do grupo, percebemos que nos estávamos a afastar do tema proposto, o que teve como consequência a reformulação do mesmo. Assim, o trabalho final centrou-se nas características do estudante nativo digital e apenas acessoriamente foram apontadas as características dos imigrantes digitais.
Conhecer as características e modo de actuação dos nativos digitais é importante para quem lida diariamente com este tipo de público e pretende adequar as estratégias de aprendizagem aos alunos de hoje, tirando, desta forma, o máximo partido das novas tecnologias. Nas pesquisas que fiz encontrei diversos artigos e estudos sobre este assunto. Alguns especialistas estabelecem mesmo a comparação entre as preferências dos alunos nativos digitais e as dos professores imigrantes digitais (ver Tabela). Apesar de redutora, esta comparação fornece-nos pistas de reflexão sobre as causas do afastamento dos alunos da escola actual e permite encontrar possíveis formas de aproximar as metodologias de ensino às preferências dos alunos.
Os trabalhos produzidos pelos diferentes grupos, apesar de muito diversos na forma, aproximaram-se no conteúdo, pelo que resolvi fazer um comentário geral e não dirigido a cada um dos grupos. Nesse comentário tentei expressar a ideia de que, na minha opinião, muitos alunos não adquirirem, ao longo do seu percurso escolar, competências ao nível da selecção, mobilização e comunicação da informação e são pouco críticos na análise que fazem da informação. Considero que a utilização dos novos meios não deve ser um fim em si mesmo, o que acontece muitas vezes por parte dos alunos, mas também pelos professores que, na ânsia de se tornarem menos “imigrantes” e de se aproximarem dos alunos nativos, dando ideia de que acompanham a evolução, utilizam a tecnologia sem que isso traga mais-valias relativamente aos métodos de ensino/aprendizagem tradicionais. Como disse a Maritza na sua reflexão, os professores devem concentrar a sua preocupação não no uso das tecnologias mas antes em conseguir, através delas, que os seus alunos façam aprendizagens significativas. Citando esta colega "a tecnologia é um meio facilitador (permite actividades não realizáveis de outro modo) e motivador (motiva os alunos), mas não pode ficar apenas por estas funções. Tem que permitir realizar aprendizagem. Têm que motivar uma aprendizagem construída e colaborativa. É necessário desenvolver um processo de ensino aprendizagem baseado em recursos, utilizar as tecnologias digitais para aceder a recursos, que permitam uma aprendizagem em que a descoberta, a pesquisa, a reflexão e a síntese sejam uma realidade, e não fazer destas tecnologias apenas mais uma forma de, simplesmente, transmitir conteúdos que depois o aluno terá que reproduzir." A reflexão do José Moreno vai também de encontro a esta ideia de mudança de paradigma. Na escola do séc. XXI, o aluno terá de ser visto como parceiro activo do processo de aprendizagem, produtor do seu próprio conhecimento e deixar de ser considerado um "mero receptor e consumidor passivo de informação, em modelos de aprendizagem normalizados, em escolas de difícil ou reduzidas práticas de interacção, onde os professores orientam o ensino-aprendizagem em aulas expositivas, em unidades isoladas, em que o trabalho colaborativo pouco existe". Como diz o colega José, nesta alteração aos "professores está reservado o maior esforço de adaptação".
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O trabalho pode ser consultado em:

sábado, 6 de dezembro de 2008

Motivações

Os media estão em todo o lado e fazem, cada vez mais, parte da nossa vida. Ignorar a sua existência põe em perigo a nossa capacidade de sermos cidadãos activos e participativos desta sociedade de informação, cada vez mais global.
Como nova utilizadora do mundo digital, sinto a necessidade de perceber de que forma estas ferramentas são usadas pelos jovens e a sua influência no desenvolvimento pessoal, nomeadamente ao nível da construção da identidade, e no processo de socialização destes. Conhecendo de que modo os jovens interagem como os media e a importância que estes têm nas suas vidas, poderei, como professora e coordenadora da BE, potenciar a sua utilização e colocá-los ao serviço da melhoria das aprendizagens dos meus alunos. Além disso, "entrando" no mundo dos mais novos, ser-me-á mais fácil entendê-los e aproximar-me deles.
Estou convicta de que os media, desde que bem utilizados, podem ser um forte aliado da educação e da relação entre professor e aluno.